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Mais da metade da população com deficiência no Brasil é composta por mulheres

Imagem com fundo laranja. Do lado esquerdo, há o título
Publicado em: 24/09/2024
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Nas Paralimpíadas de Paris 2024, o Brasil registou mais uma edição de muitas medalhas e recordes quebrados. Pela primeira vez, estivemos entre as cinco equipes mundiais com maior quantidade de medalhas ganhas, boa parte delas conquistadas graças a outro recorde: essa edição dos jogos registrou a maior participação de atletas mulheres na equipe brasileira. Elas foram mais de 45% de todos os atletas que vestiram nosso uniforme. Os dados surpreendem, mas não deveriam. Afinal, boa parte da população com deficiência no país é composta por elas. Se essas mulheres não ocupam mais espaços de destaque certamente não é por falta de representantes. 

Panorama sobre a mulheres com deficiência no Brasil:

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2022, feita especialmente para mapear dados da população com deficiência no Brasil, mais de 18 milhões de pessoas de 2 anos ou mais vivem com algum tipo de deficiência em todo o país. Desse total, mais da metade são mulheres. São quase 11 milhões de brasileiras ou 10% da população feminina no Brasil.

Só a região Nordeste concentra mais de 5 milhões delas, com o maior percentual de população com deficiência registrada na pesquisa. No Ceará, não é diferente. São mais mulheres do que homens, por exemplo, entre a faixa dessa população apta a trabalhar. O problema é que, embora estar inserido no mercado de trabalho possa significar oportunidade, isso não significa necessariamente equidade. A renda média dessas mulheres é 34% menor do que a de mulheres sem deficiência. Se comparada a de homens sem deficiência, a diferença, que já é grande, vira um abismo.

Mais de 12 milhões de brasileiros e brasileiras com deficiência estão desempregados. Desses 12 milhões de pessoas com deficiência sem emprego, novamente temos um dado alarmante: mais da metade são mulheres.

O que isso quer dizer?
A falta de oportunidade entre pessoas com deficiência é ainda maior quando analisamos a realidade dos dados por gênero, por raça e por origem social e mesmo geográfica.
Isso mostra o tamanho do desafio que temos pela frente na luta por direitos para esta parcela da população brasileira. É preciso lembrar que não se faz justiça social com oportunidade sem equidade.

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